sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Pesquisa comprova uso do sisal como fungicida e xampu anticaspa


O sisal produzido na Bahia está prestes a passar por uma grande transformação, com o aproveitamento integral da fibra e a incorporação de novos usos para o produto, como xampu contra caspa, remédio para doenças de pele, acaricidas e ração animal.  A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) está desenvolvendo um projeto em parceria com outras instituições para reestruturar toda a cadeia produtiva e entre as ações, além de um maior aproveitamento do sisal, está o uso de máquinas  mais eficientes e produtivas para os produtores.   


Os Secretários estaduais de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmera, e de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, Eduardo Salles, estiveram nesta quarta-feira, 25, nos municípios de Conceição do Coité, Santa Luz e Valente, na região do sisal, para conhecer alguns tipos de máquinas para avaliar qual melhor se adapta à iniciativa. Eles foram acompanhados de técnicos das duas secretarias e também da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e do Senai/Cimatec, instituições parceiras no programa junto com a Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).


O Secretário Paulo Câmera destacou a importância da união entre as secretarias estaduais para fortalecer o trabalho que vem sendo desenvolvido. Segundo ele, a partir da visita vai se estabelecer um modelo de produção que possa não só aumentar o volume que hoje é processado, mas desenvolver novos usos para a fibra. “Já temos tecnologia para essa transformação”, garante o secretário. 


Pesquisa com sisal - O Brasil é o maior produtor de fibra de sisal no mundo, com um volume  estimado em 119 mil toneladas por ano. O produto garante o sustento de  aproximadamente 700 mil pessoas em 75 municípios na Bahia, estado onde é produzido 95 % do sisal brasileiro.


A fibra crua de sisal na Bahia é obtida por desfibramento a seco, usando máquinas itinerantes operadas por motor. O resíduo desta operação contém suco de sisal, mucilagem e bucha de campo. A fibra acabada de sisal representa somente 4% do peso da folha desfibrada, portanto, mais de 95% do peso não é geralmente aproveitado. Este resíduo é deixado no local do cultivo entre as fileiras de sisal.


Visando aproveitar melhor esse resíduo, a Secti encomendou um estudo para a Embrapa e Unesp, que comprovou a eficácia de novos usos de produtos de sisal em aplicações agrícolas, veterinárias e farmacêuticas. A pesquisa indicou o uso potencial do suco do sisal como fungicida, inseticida, carrapaticida e antioxidante para alimentos e cosméticos.


Os pesquisadores comprovaram ainda a aplicação em xampu para caspa e doença de pele e creme para candidíase. Está em estudo ainda a possibilidade de o suco do sisal servir contra os ácaros que contaminam as frutas cítricas.


Além disso, a fibra do sisal pode ser usada na indústria automobilística, nos eletro-eletrônicos, em móveis e construção civil, além de servir para ração animal e produção de etanol.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

EcoSport desenvolvido na Bahia teve lançamento mundial no Brasil e na Índia nesta quarta, 4


Lançamento mundialmente nesta quarta, no Brasil a solenidade foi em Brasília

Criado no Centro de Desenvolvimento do Produto da Ford em Camaçari, na Bahia, o EcoSport 2012 de nova geração foi lançado mundialmente nesta quarta-feira (4), no Brasil e na Índia. No Brasil, a solenidade ocorreu no Centro de Convenções Brasil, em Brasília (DF) com as presenças do governador Jaques Wagner, secretários James Correia (Indústria e Comércio) e Carlos Martins (Fazenda), além de executivos da Ford.


A fábrica da Ford em Camaçari liderou a criação de design e engenharia do novo EcoSport, o primeiro carro global de passageiros ‘One Ford’ desenvolvido na América Sul. O modelo será vendido para toda América Latina. O automóvel, que entra no mercado em junho deste ano, será comercializado também nos Estados Unidos e em outros países.


Vincos e visual afilado dão o tom no protótipo
Para o governador Jaques Wagner, a fabricação do Ecosport vai agregar mais valor ao mercado baiano. “Me orgulho muito da capacidade da nossa gente, mostrando para o mundo que podemos montar carro, mas também desenvolver tecnologia e engenharia. Esse é um salto positivo, principalmente para a Bahia, colocando o estado no cenário internacional”, enfatizou o governador.


Segundo o presidente da Ford Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira, a proposta do EcoSport é atender cerca de 100 mercados globais. O objetivo da Ford é alcançar com o utilitário esportivo os grandes mercados emergentes globais.


Modelo é a arma da Ford para enfrentar a concorrência, que
tem Renault Duster e Hyundai Tucson no segmento
“Temos orgulho de transformar o EcoSport em um produto global, levando a nossa experiência para importantes mercados globais. E a Bahia demonstrou que tem uma grande capacidade para produzir esse utilitário”, afirmou o presidente.


De acordo com Oliveira, a unidade em Camaçari é um dos oito centros de excelência da Ford no mundo. O centro conta com mais de 1.200 engenheiros e designers que utilizam arte e tecnologia, incluindo avançadas ferramentas de design e engenharia baseadas em computação (CAD/CAE), para o desenvolvimento de veículos.

O secretário James Correia destacou que o setor automotivo é o quarto maior segmento industrial da Bahia, que representa 8,9% da produção da indústria de transformação e o quinto maior produtor nacional em 2010.



Para ampliar a produção da unidade de Camaçari, a Ford inaugurou, em dezembro de 2011, a pedra fundamental da primeira fábrica de motores do Nordeste. O investimento de R$ 400 milhões vai ocupar um espaço de 24 mil metros quadrados e terá capacidade para produzir 210 mil motores por ano.


Complexo Industrial Ford Nordeste, em Camaçari, foi inaugurado em 2001
Ford na Bahia









O Complexo Industrial Ford Nordeste em Camaçari, na Bahia, foi inaugurado em 2001 com um investimento de US$1,9 bilhão e se tornou um exemplo de produtividade. Com capacidade para montar 250 mil carros por ano (912 por dia), a fábrica responde por cerca de 6,5% da produção brasileira de automóveis e exporta aproximadamente 20% do seu volume.



A fábrica de Camaçari mudou o padrão histórico de concentração da indústria automotiva nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Com 8.800 empregos diretos e cerca de 90 mil indiretos, ela impulsionou a industrialização e o crescimento econômico de todos os setores da região, praticamente dobrando o seu produto interno bruto.


Mais de R$2,8 bilhões do investimento total de R$4,5 bilhões anunciado pela Ford para o período de 2011 a 2015 destinam-se à região Nordeste. Esses recursos serão aplicados no aumento da capacidade de produção da unidade para 300 mil veículos por ano, além de aprimoramentos na engenharia e processos de manufatura para a produção do novo modelo global.

Antes e depois

No alto, à esquerda, o EcoSport lançado em 2003, apenas com motores a gasolina e até uma (hoje impensável) versão 1.0; a plataforma era a do atual Fiesta Rocam. Posteriormente o modelo ganharia opção de tração 4x4 e motores flex. O carro vermelho mostra a primeira reestilização, que deixou o EcoSport mais agressivo. 
Abaixo, dois exemplares do carro que ainda pode ser encontrado nas lojas, com a dianteira imitando um Land Rover.

História do EcoSport

O Ford EcoSport foi lançado no Brasil em 2003, com a original proposta de ser um "jipinho urbano": capaz de rodar bem na cidade e ao mesmo tempo conferir um caráter de "aventureiro" a seus donos. Também surfou na onda dos carros "altinhos", adorados pelas mulheres. A mania dos "off-road light", do tipo Volkswagen CrossFox, serviu para chancelar o EcoSport (desde sempre com estepe na tampa traseira) como um modelo mais autêntico e permitiu que entregasse mais de 750 mil unidades em quase nove anos de mercado.

A inspiração era no norte-americano Ford Escape, mas a plataforma era a mesma do atual Fiesta Rocam, e a primeira geração colocionou críticas quanto a acabamento, ruídos e desempenho (chegou a haver uma versão com o malsucedido motor 1.0 sobrealimentado). Em 2004 estreou a versão com tração 4x4.

O primeiro facelift foi em 2007, deixando o modelo mais agressivo visualmente e corrigindo problemas internos - mas então o jipinho já era um sucesso.

O segundo facelift, de 2009, estampou o nome do modelo acima da grade frontal, como se fosse um mini-Land Rover. Mas desde quando a Ford apresentou o New Fiesta sedã à imprensa brasileira, em meados de 2010, já se sabia que um novo EcoSport, muito mais moderno e baseado na nova plataforma global, aposentaria o atual jipinho.

Ford Escape no Salão Los Angeles 2011
A primeira pista do design veio com o conceito Vertrek, mostrado no Salão de Detroit 2011 e posto em prática na nova geração do Escape, exibida no Salão de Los Angeles em novembro último.