O Brasil está começando a investir pesado na defesa do seu espaço cibernético. O Exército brasileiro vai inaugurar no segundo semestre deste ano o Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), onde militares ficarão encarregados de proteger as redes das Forças Armadas e do governo.
Serão aproximadamente 100 militares que ficarão instalados em um prédio nos arredores de Brasília. O centro vem sendo preparado há cerca de um ano para integrar as ações de defesa cibernética do Exército, Marinha e Aeronáutica e será equipado com simuladores para exercício de guerra cibernética, laboratório para análise de “cyber armas” e centro de tratamento de incidentes.
“O mundo mudou, e hoje uma equipe de dez pessoas mal-intencionadas, com grande conhecimento, pode fazer estragos enormes em estruturas sofisticadas”, disse ao jornal O Estado de S.Paulo o coronel do Exército Luis Cláudio Gomes Gonçalves, que coordena a implantação do CDCiber.
Informática pode ser arma para guerra do século XXI
Com cada vez mais sistemas vitais de computação ligados à internet, pode-se imaginar que os inimigos poderiam usar bombas lógicas para até, quem sabe, desligar a eletricidade do outro lado mundo
O mundo tem alguns exemplos de casos que demonstram o poder de uma “bomba lógica”, o computador. O mais recente exemplo aconteceu no auge da Guerra Fria, em junho de 1982. Na época, um satélite norte-americano de alerta detectou uma grande explosão na Sibéria. Ao que tudo indica foi uma explosão em um gasoduto soviético. A causa foi uma anomalia no sistema de controle de computador que os espiões soviéticos haviam roubado de uma empresa no Canadá. O resultado, segundo Thomas Reed, ex- secretário da Força Aérea, “foi a mais monumental explosão não-nuclear vista do espaço”.
Três décadas depois, com cada vez mais sistemas vitais de computação ligados à internet, pode-se imaginar que os inimigos poderiam usar bombas lógicas para até, quem sabe, desligar a eletricidade do outro lado mundo. Também pode-se pensar que terroristas e “hackers” podem causar um caos financeiro por meio da adulteração dos sistemas de informática de Wall Street.
Depois da terra, do ar, do mar e do espaço, a guerra entrou no quinto domínio: o ciberespaço.
O presidente Barack Obama declarou que a infraestrutura digital dos Estados Unidos é um “ativo estratégico nacional” e nomeou Howard Schmidt, ex-chefe de segurança da Microsoft, como o seu “cibersegurança”. Em maio, o Pentágono criou o seu novo Comando Cyber (Cybercom), chefiado pelo general Keith Alexander, diretor da Agência Nacional de Segurança (NSA). Sua missão é a condução de todas as operações para defender as redes militares norte-americanas e atacar os sistemas de outros países.
A Grã-Bretanha também criou um equipamento de segurança cibernética e um “centro de operações” baseado no GCHQ, o equivalente britânico da National Security Agency. A China fala hoje em “ganhar guerras de informação por meados do século XXI”. Muitos outros países estão se organizando para a “ciberguerra”, entre eles Rússia, Israel e Coreia do Norte. O Irã se orgulha de ter o segundo maior “ciberexército” do mundo.
Para Mike McConnell, chefe de espiões norte-americano, os efeitos da ciberguerra são muito parecidos com os de um ataque nuclear. A ciberguerra já começou, diz ele, “e nós estamos perdendo.”
A informática pode ser uma bênção e uma maldição. Bombas são guiadas por satélites GPS, caças e navios de guerra são agora grandes centros de processamento de dados. No entanto, a conectividade crescente ao longo da insegura internet multiplica as possibilidades de ataques e a dependência crescente de computadores aumenta os danos que eles podem causar.
Ao invadir dados e enviá-los ao longo de rotas múltiplas, a internet pode sobreviver à perda de grandes partes da rede. No entanto, a infraestrutura digital global é mais frágil. Mais de nove décimos das informações da Internet viajam por meio de cabos de fibra óptica, e estes são agrupados perigosamente em alguns pontos de estrangulamento, por exemplo, em Nova York, no Mar Vermelho ou no Estreito de Luzon, nas Filipinas.
Cerca de nove décimos dos 140 bilhões de e-mails enviados diariamente são spam (mensagem eletrônica não solicitada enviada em massa). Destes, cerca de 16% contêm fraudes lucrativas, conforme mostra o gráfico abaixo. A quantidade de informação disponível online sobre os indivíduos torna cada vez mais fácil atacar um computador por meio da elaboração de um e-mail personalizado.
Como mostra o gráfico abaixo, o software Malware –destinado a se infiltrar em um sistema de computador alheio de forma ilícita –está sendo bastante usado. Esse software pode ser ligado a milhares, senão milhões de máquinas ao redor do mundo, criando o chamado “botnet”.
Fonte: Opinião e Notícia
Serão aproximadamente 100 militares que ficarão instalados em um prédio nos arredores de Brasília. O centro vem sendo preparado há cerca de um ano para integrar as ações de defesa cibernética do Exército, Marinha e Aeronáutica e será equipado com simuladores para exercício de guerra cibernética, laboratório para análise de “cyber armas” e centro de tratamento de incidentes.
Com cada vez mais sistemas vitais de computação ligados à internet, pode-se imaginar que os inimigos poderiam usar bombas lógicas para até, quem sabe, desligar a eletricidade do outro lado mundo
O mundo tem alguns exemplos de casos que demonstram o poder de uma “bomba lógica”, o computador. O mais recente exemplo aconteceu no auge da Guerra Fria, em junho de 1982. Na época, um satélite norte-americano de alerta detectou uma grande explosão na Sibéria. Ao que tudo indica foi uma explosão em um gasoduto soviético. A causa foi uma anomalia no sistema de controle de computador que os espiões soviéticos haviam roubado de uma empresa no Canadá. O resultado, segundo Thomas Reed, ex- secretário da Força Aérea, “foi a mais monumental explosão não-nuclear vista do espaço”.
O presidente Barack Obama declarou que a infraestrutura digital dos Estados Unidos é um “ativo estratégico nacional” e nomeou Howard Schmidt, ex-chefe de segurança da Microsoft, como o seu “cibersegurança”. Em maio, o Pentágono criou o seu novo Comando Cyber (Cybercom), chefiado pelo general Keith Alexander, diretor da Agência Nacional de Segurança (NSA). Sua missão é a condução de todas as operações para defender as redes militares norte-americanas e atacar os sistemas de outros países.
A informática pode ser uma bênção e uma maldição. Bombas são guiadas por satélites GPS, caças e navios de guerra são agora grandes centros de processamento de dados. No entanto, a conectividade crescente ao longo da insegura internet multiplica as possibilidades de ataques e a dependência crescente de computadores aumenta os danos que eles podem causar.