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terça-feira, 3 de maio de 2011
Ferrovia coloca a economia de Salgueiro nos trilhos
Salários dos operários que trabalham na construção da Transnordestina turbinam mercado local
Salgueiro (PE)
Rapidamente, Salgueiro vai colocando sua economia nos trilhos. E, do canteiro de obras da Ferrovia Transnordestina, um dos principais projetos estruturantes puxados pelo governo federal no País, sai a maior massa de novos trabalhadores formais da cidade, que, com sua nova renda garantida todos os meses, mantém ativa a circulação de riquezas no Município.
A ferrovia é o projeto que também coloca Salgueiro em evidência no Nordeste. A cidade será o entroncamento mais importante da nova via, tornando-se passagem obrigatória para quem está movimentando suas mercadorias de qualquer uma das pontas da linha férrea: seja em Eliseu Martins, no Piauí, Suape, em Pernambuco, ou Pecém, no Ceará.
Corredor logístico
Prometida para 2013, com 1.728 quilômetros de extensão, a Transnordestina traz consigo a grande missão de mudar a realidade do Nordeste, sendo o principal corredor logístico para a produção existente em toda região. O empreendimento está com cerca de 11 mil trabalhadores em 25 frentes, espalhadas entre os trechos Paulistana (PI) e Arcoverde (PE). Em Salgueiro, são aproximadamente 400 em sete canteiros de obras, segundo informa o diretor de Contrato da Odebrecht - empresa responsável pelas obras no trecho -, Pedro Leão. "A mão-de-obra local responde por 70% das vagas", aponta.
Impactos no Município
"Há impactos enormes nos municípios, com as obras que estão em andamento. Às vezes, o investimento feito nas obras é maior que o orçamento das prefeituras. Os salários pagos ficam na cidade, o impacto é no comércio e nos serviços", reforça o diretor da ferrovia.
Em terreno salgueirense, estão sendo feitas a terraplanagem, as pontes e os bueiros. Joelma Gomes, 41, participa desse processo. Ajudante civil, ela está na obra há cerca de 10 meses. Antes disso, estava desempregada, há quatro anos. "Pensei que ia ter mais dificuldades, mas deu tudo certo", afirma a trabalhadora.
Para se inserir na construção do empreendimento, ela participou de um programa de treinamento na empresa, o chamado Acreditar, que conta com o apoio da Prefeitura e do Senai. O programa já formou deverá formar 1.800 trabalhadores na Transnordestina, em cursos de operador de máquina, pedreiro, carpinteiro, motoristas de veículos pesados, entre outros.
Joelma passou três meses no curso de ajudante civil, e ainda se surpreende com a ocupação que encontrou. "Não imaginava, por ser mulher, que iria trabalhar aqui. Mas era a oportunidade que esperava", afirma.
Fábrica de dormentes
Além de ser o entroncamento-chave da Transnordestina, Salgueiro também tem uma outra importante representatividade para o empreendimento. É que é lá que foi instalada a maior fábrica de dormentes do mundo, pertencente à Odebrecht, que vai fornecer todo os dormentes da ferrovia. A indústria já está operando, com uma produção capaz de atingir 4.800 unidades. Cerca de 350 pessoas trabalham na operação da fábrica na cidade.
Publicado em 24 de abril de 2011 - Diário do Nordeste
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=969672